segunda-feira, 21 de julho de 2014

Dogma

Bem-vindo ao mundo não nascido
Esteja em paz em terras cinzas
Medo criado para sobreviver
Em meio ao caos de mentes livres

Traga-me o sol e suas vidas
Até que seja o suficiente
Até que seus olhos queimem cegos e sua vida seja dispensável
Só é feliz aquele que conhece a tristeza

Abri meus olhos para a verdade
E vi a luz que se escondia
Abri mão de toda a sua liberdade
Que no fundo apenas me prendia
De mãos dadas com a minha vontade
Entendi sua moral vazia

A sua liberdade apenas me prendia

Noção divina de vida
Escondida atrás da sua bandeira
Minha cultura destruída
Hoje respira à sua maneira

Bem-vindo ao mundo não nascido
Fruto de um dogma perdido
Traga-me o sol e suas vidas

E minha liberdade um dia vendida

domingo, 13 de julho de 2014

Dormir Entre Nuvens

Noite de insônia, madrugada clara.
Gentilmente seu travesseiro vazio
pousa ao meu lado. Frio.
Sinto seu cheiro, seu perfume.
Sua falta.

Não sei do que preciso, além do seu toque
Aqui, agora, sofro noites de insônia
Mas na verdade durmo entre nuvens.
Entre sonhos sem angústias. Entre memórias vivas.

Tempo: tudo o que preciso
Pra gastá-lo com o seu olhar
Pra vivê-lo sem pensar
Pra escrever e contar
Como dormir entre as nuvens
Pode ser melhor do que acordar

Seu travesseiro dorme ao meu lado
Enquanto minhas folhas de caderno são preenchidas
Tentei tomar cuidado com as horas
Mas transformei insônia em poesia
Mais triste do que gostaria
Mais interior do que poderia
Tão sincera quanto queria...

Eu espero poder dormir nesta cama
Depois que eu acordar do sono das nuvens.