segunda-feira, 17 de março de 2014

Garota

Penélope era uma garota doce. Riso fácil, humor leve, sorriso grande... mas sabia ser mandona e sutilmente amarga quando fosse preciso.
Penélope amava o sol, amava dias nublados, amava a chuva escorrendo pelos seus cabelos.
Amava ser querida, amava ser abraçada, amava ser amada.
Penélope era uma garota linda. Ruiva, olhos verdes, leves sardas nas maçãs do rosto. Era meiga, delicada, decidida! Andava parecendo dançar, entre passos de nuvens, entre sonhos acordados. Viciada em leitura, em amores fictícios, fantasias exuberantes, dramas chorões... amava viajar, fisicamente e mentalmente. Gostava de cheirar seus livros, de ficar observando as capas dos seus romances preferidos, poderia ficar um bom tempo apenas olhando uma capa de livro, acariciando com dedos leves e pensando em tudo que estaria guardado naquelas folhas que aquela capa protegia, apenas para depois devolver o livro à sua estante, sem ler uma palavra.
Penélope amava si mesma. Amava o tempo que tinha para si mesma. Adorava pensar em tudo quando estava sozinha, Penélope era uma sonhadora. Amava o frio e sua criatividade ao frio amava. Um dia frio era seu melhor dia, mas também sabia se sentir bem nos verões quentes de tardes escaldantes.
Seu segundo vício era a musica. Era uma garota mais feliz quando acompanhada de boa música. Sem rótulos, sem gêneros. Penélope sentia a musica muito mais do que a ouvia.
Penélope era uma garota incomum. Dessas que não se encontra por aí. E aqui você pensa: “Mas todos dizem isso!”, mas nenhuma outra frase poderia resumi-la tão bem, apesar de o fato de tentar resumi-la em uma sentença fosse um desperdício. Penélope merecia mais do que meros resumos. Na falta do vocabulário correto, preferia o silêncio.
Penélope era uma garota chorona. Chorava de alegria, chorava de felicidade, chorava de ansiedade, chorava porque queria chorar. As pessoas diziam que ela tinha herdado da mãe...e ela sabia disso. Ela amava um colo sincero, um gesto de afeto, um sorriso aberto, por isso fazia de tudo para que todos ao seu redor se sentissem assim, contagiados com a sua luz própria.
Amava que a fizessem bem, tanto quanto amava fazer bem a alguém.
Era uma garota com defeitos, sim. Mas defeitos eram desfeitos, quando depois de feitos ela sorria pedindo perdão. Era madura, durona, mas as vezes tinha medo do futuro.
Penélope seria o fruto de um grande amor. Mas hoje ainda é sonho e imaginação de alguém que sonha em ter ela na sua vida um dia.
Porque Penélope era do jeitinho que ele sempre imaginou.

Feliz!

quarta-feira, 5 de março de 2014

Esta Noite


Reconheço os sons que escuto ao sonhar
De risos perdidos, flutuando
De mãos dadas, amando
Sons que não me deixam acordar

Vozes de alegria, cantando
Vejo olhos brilhantes sorrindo
A pureza e beleza, se unindo
Corações que continuam se amando

Utopia de um sono pesado
Mas, feliz me senti ao acordar
A brisa doce que me fez relaxar
Não pode ser só um passado

Reconheço sua voz me chamando
E seus olhos me pedido pra ficar
Não havia outro lugar pra estar
Senão em seus braços, dançando

Ora, esta noite não me acorde
Esta noite deixe-me dormir
Pois dormindo não me canso de sorrir

E sorrir me faz ser forte.