segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Horizontes Dourados


Desesperado para ver o sol, ou apenas um pequeno vislumbre de sua luz amarela. Os olhos clamam por novos horizontes, além das forças das pernas. Sente-se caminhar sobre nuvens, sente-se a vontade de gritar. Sonha-se com esperanças, de cores, sabores e tons.
O que fazer, se tudo parece passar à sua frente, rápido e intocável, irreversível. Como um caminho de formigas, onde uma operária corre em meio a milhões, perdendo-se de sua vista. Afundando num lago de insetos e patas e nada.
Onde estava ontem, transforma-se cada vez mais em alimento para a nostalgia, abrindo um buraco no estômago, enevoando o presente e fazendo-se temer o futuro. O que foi? O que é? O que será? As trilhas de formiga fazem e se desfazem, e os olhos ali, condenados a observar. Tudo passa tão rápido, eles pensam. E o “tudo” não passa de Tempo. Frio. Calculado. Inexorável. Como parar? Como fazê-lo demorar-se?, eles imploram. Mas essa maneira, não há. Há a maneira de aceitar. As formigas passam pelo caminho, assim como os anos correm aos olhos daqueles que os observam, ou mesmo daqueles que escolhem apertar as pálpebras, deitando-as sobre seus olhos. Fugindo, não custa tentar...mas custa falhar.
Talvez os passos de hoje sejam apressados demais para se dar valor ao pouco. Ou talvez julgue-se o pouco simples demais para se valorizar. Ou seja apenas tolice, comandando uma danação.
Ou ainda, talvez, alguém esteja rindo. Habitando horizontes dourados. Rindo daqueles que tomam o Tempo por uma simples ou grande aflição.