terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Ziz

Assim eles nascem, assim eles morrem.
Assim eles vivem.
Num mundo ordinário, onde cada coração torna-se um vão para uma nova esperança se fazer crer. Se encolher entre eles.
E assim eles caminham. Amando e aprendendo, sorrindo e dizendo adeus. Aos olhos de todos, à preocupação de nenhum e ninguém.
Crueldade, ignorância e prazer, dividindo a mesma casca de poeira. Assim o vento sopra e eles se fazem sós. Uns aos outros, infelizes aos seus olhares.
Assim eles vivem, assim eles morrem. Esperando a liberdade de viverem por si próprios, mas apenas sobrevivem acorrentados a si mesmos. Ego e cegueira, sete bilhões deles...
E como contemplam as emoções, chocando-se com os sentimentos. E procuram uma mão vazia, na necessidade do apoio. E justificam o fracasso, culpando vontades alheias.
E o arbítrio, que um dia foi livre, tornou-se escravidão.
Esse mundo ordinário, transformou-se numa caricatura obscena de si mesmo. Uma auto-mutilação, onde todos cortam suas próprias asas, por terem medo de voar.
E viver, ser livre, amar e chorar. E um dia, liberto, morrer.

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