sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Da poeira

Lábios rachados pela poeira.
Terra do chão. Lama seca, onde meu rosto se acostumou a estar.

Não mais!

Não, não houve nenhum sinal. Nenhuma mão, nenhuma ajuda.
Não houve Deus, não houve paraíso, não houve salvação.
Milagre? Esqueça.

Houve o ser humano. Cansado da derrota. Cansado de prostrar-se.
Que ergueu os olhos. Que se levantou pelas suas próprias forças.
Recomeçando a caminhar, ainda com as pernas tremulas. Na verdade, reaprendendo a andar. Nascido de novo, da terra que um dia foi minha companhia.

Houve a chuva, trazendo a renovação. Lavando a dor. Levando embora o veneno que matava meu coração.
Minhas mãos se agarraram ao nada. O vento me sustentou.
E a confiança me ajuda a seguir. Seguir pra onde ninguém pode me acompanhar.

Depois de muitos anos, eu olhei para o leste, e o amanhecer me trouxe uma nova esperança.
Mesmo os dias mais difíceis, as madrugadas geladas, ou mesmo as lembranças mais cinzentas e dolorosas, não impedirão que um novo Eu seja feliz.

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