quarta-feira, 27 de julho de 2011

Catatônico

O lugar que costumávamos ficar, hoje está vazio.
As tardes que nos acompanhavam todos os dias, agora são tardes melancólicas. Que imploram pela nossa volta, vivendo de lembranças, vivendo, mas vivendo sem perceber.
E por quê? Já me perguntei por que os dias passam cada vez mais rápido. Quando aquele um segundo a mais de vida, ao mesmo tempo, pode se tornar o ultimo segundo. 
O tal ciclo, que deve ser renovado sempre, nos impôs que devemos aceitar o que ele quiser fazer.
Mas eu resisto. Ou tento resistir.

As memórias me ajudam, e ao mesmo tempo me destroem. E eu fico, no meio de tudo, estático às emoções que me rondam.
Comecei a viver no modo automático. Catatônico.

Maldito o dia em que eu descobri que a vida existe para a morte. E que a Morte, na verdade, é o fator que enobrece a vida, que a valoriza, e que nos faz temer o dia em que ela nos buscará.
Maldito o dia em que eu comecei a esperar o tempo passar.
Reclamando da rotina, eu me recolhi do Mundo. Passei a viver no torpor, em que nada mais parece ter importância.
Tornei-me dependente de mim mesmo. Dependente do passado, buscando reviver alegrias.
E no meio de tudo isso, eu busco lembranças nossas, dos nossos sorrisos, das nossas lágrimas, dos nossos abraços, e da nossa felicidade, pois eu tinha você e você tinha a mim. E nós tínhamos a felicidade, os planos e os sonhos.

A Morte te levou, e ainda sorriu para mim.
E hoje sou estático ao mundo, pois não tenho mais você.

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