sábado, 30 de abril de 2011

Um Amor

Eu me lembro das vezes em que eu dizia que te amava imensamente. Você se lembra? Quando mesmo indiretamente eu declarava que meu coração estava completamente vendido ao amor. Cegado pela ilusão que você me proporcionava.
Eu me lembro quando ficava admirando seu sorriso, enquanto escondia meus olhos atrás de um óculos escuros. Me lembro de como ficava arrepiado de emoção quando você me tocava por um motivo qualquer. Sei que na sua cabeça não era nada de mais. Mas pra mim era o paraíso.
Confidenciei a mim mesmo tudo que eu sentia. Sem ninguém saber, nem você.
Nunca te disse nada do que eu sempre imaginava te falar. Nem nunca realizei nenhum dos meus vários sonhos que tive com você. Talvez esse tenha sido meu erro..
E de repente tudo foi se esfriando, e eu também esfriei.
Nos distanciamos, você sempre crescendo, eu definhando por dentro. E então percebi que te olhar já não me provocava mais nada.
Hoje, quando te vejo me sinto nostálgico. Saudoso de um tempo em que eu era feliz, mas não dava valor.
Me preocupei demais pra perceber que eu só tinha que viver.


Hoje olho para você, e lembro que um dia eu te amei.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Em Nome de Deus

Os versos que pensei, enquanto atirava pra matar:

Se a loucura me possuiu não sei onde posso chegar.
Imaginei aquele momento por semanas. Planejei por horas e mais horas.
Os dez minutos mais longos da minha vida,
marcaram os últimos dez minutos de muitas vidas que tinham que pagar.

Não existem inocentes no mundo perfeito de Deus.

Ele veio a mim. Me mandando matar. Disse que sou seu servo fiel.
Assassino de crianças, servidor de Deus. Puro.
Aos que são impuros de alma, nem me toquem. Pois assim Deus ordenou.
Façam a minha vontade, para que se cumpra a vontade de alguém maior.
Sou um mensageiro, uma ferramenta. Aquele que cumpre as tarefas a mim designadas...pelo pai.
Nas noites de planejamento ele vinha a mim e me dava detalhes de como deveria proceder.
O Senhor me mandou matar, para mostrar que ele nos observa. E nos abomina.
Me mandou aniquilar o mal, que estava disfarçado de pequenos seres humanos. Eu apenas cumpri, para ter um lugar reservado no céu. Ali, bem ao lado do Pai.
Longe do Diabo.

Deus, a loucura.
Ele me mandou matar.

sábado, 2 de abril de 2011

A Minha Fraqueza

Dizem que todos temos fraquezas. A minha é ela.
Perco meu chão quando ela me olha nos olhos. Quando diz que me ama.
Parece que meu pulmão vai explodir quando ela toca meu rosto com suas mãos macias.
Eu me sinto a pessoa com a maior sorte do mundo quando ela deita no meu peito e dorme ali mesmo.
Me sinto realizado quando ela está dormindo na minha cama, e eu fico ali, só observando como ela é perfeita, mesmo dormindo. Ficar ali, escutando sua respiração, acariciando seu rosto.
Consigo ficar vários minutos ali a observando dormir; enquanto eu tomo meu café.
E quando ela acorda, com aquele lindo rosto que o sono ainda controla, eu fico perplexo em ver que ela continua linda como sempre, talvez mais linda a cada minuto. E é em momentos como esse que eu percebo que eu vou ama-la cada dia mais.
Ah, ela é a minha fraqueza, com certeza.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Delírios de uma Madrugada Assustadora

Um arrepio na nuca.
Eles estão aqui. Ouça.
Tentando dizer, comunicar-se. Aprenda a ouvir.
Os dias de céu azul ficaram para trás há algum tempo, mas não se desespere.
Nem os espere. Eles não voltarão.

Feche seus olhos se não quiser vê-los. Mas nunca deixe de ouvi-los.
Eles buscam alguém. Eles buscam você.

Os dias normais se foram.

Na noite que parece nunca ter fim, eles vêm te visitar.
Buscando ajuda; buscando perdão.
Buscando vingança.
Vultos.

A janela que bate, as portas que se abrem.
O vento inexistente que parece cortar sua alma. O Medo.
Fazem parte de você. Dominá-los pode ser difícil. Conviver com eles parece a melhor opção.
Mas as vozes que não saem de boca alguma. Essas vozes que a noite traz com a escuridão.
Elas irão buscar sua mente. Irão dilacerar seus sentidos.
As vozes daqueles que um dia tiveram sentimentos. Hoje são apenas poeira.
Cinzas.


O Medo é soberano. Segue sempre o Desconhecido.