terça-feira, 22 de março de 2011

A Rainha do Mundo

Tentar ver a beleza onde ela não se encontra
é como tentar bloquear o sol durante a noite.
É como sentir-se inútil por não conseguir ter uma sombra
num fim de semana de lua nova

Nada mais pode ser poetizado.

Não me resta mais tempo.
Não me resta mais vontade.
Só resta a ira.

Não. Hoje não vou perder palavras,
nem tentar formá-las em frases de efeito.
Hoje não vou imaginar o que vão pensar de mim.
Hoje eu só estou aqui, e mais nada.

Pois nada mais pode ser poetizado.

Tudo não passa de cópia.
Plágio; descarado e sem vergonha, de tudo que já foi criado. 
E que lei nenhuma vai impedir de existir.
Nem a lei da natureza.

Onde estão aqueles que tentam nos enganar?
Desfarçados de intelectuais,
mas que na verdade não passam de
mentes mancas que não conseguem ser originais.

Ninguém me ouve, mas eu te digo:
Nada mais pode ser poetizado nesse Mundo,
a não ser a Morte. Sim com "M" maiúsculo.
Soberana e fria, no seu Trono de Pavor, inevitável como só ela pode ser.
Arrebatando almas para sempre.
Nós a poetizamos todos os dias,
quando vamos deitar e pedimos para que Deus nos livre dela.
A Rainha do Mundo.

Mata homem; mata animal.
Mata a mente
Mata o amor...


Nada mais pode ser poetizado.
E isso não é poesia.



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