quarta-feira, 30 de março de 2011

Árvore de Duas Folhas

Os laços foram desfeitos. A dança chegou ao fim. Não há mais motivo para continuar fingindo, dublando as falas de derrotados.
Não sobrou mais tempo para tentar retomar do começo. Iniciar novamente um ciclo sem fim, onde tudo sempre volta pra sua perfeição, meio disforme.
Não há mais nada que possa salvar o que um dia parecia ser a salvação de tudo. Não há mais condição de levar adiante. Os atos já não condizem mais com as palavras, que lá atrás um dia fizeram parte de um juramento. Testemunhado; autorizado; reconhecido.
As folhas que ficaram boa parte das suas vidas juntas na mesma árvore, uma ao lado da outra, caíram no outono que veio; separaram-se, desuniram um ramo, abandonaram a árvore que um dia lhes deu frutos. E seus frutos ficaram sozinhos.
A árvore de duas folhas, perdeu a fonte que lhe dava vida.

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